Texto base: Romanos 15.5
Como nós somos lerdos para ver a necessidade do irmão. Nós não nos envolvemos. Não estendemos a mão. Somos rasos, periféricos nos nossos relacionamentos. Vivemos isolados. Temos medo de que as pessoas descubram nossas fraquezas. Temos medo de nos envolvermos com as pessoas. Não há comunhão. Perdemos de vista que somos uma família, que somos o corpo de Cristo. Ray Stedman disse: “É o partilhar da vida que diferencia um corpo de uma organização”.
Paulo, na sua carta mais teológica, depois de mostrar a tragédia do pecado, a redenção da cruz, a eleição da graça e a justificação, mostra a partir do capítulo 12 qual é o estilo de vida que devemos ter. Ele mostra a necessidade de comunhão. UNS AOS OUTROS é a síntese desse relacionamento.
I. Somos membros uns dos outros (Rm 12.5)
Embora sendo uma multiplicidade, somos uma unidade. Não vivemos separados uns dos outros. Somos membros do mesmo corpo. Cada membro precisa de todos os outros membros. Não podemos funcionar nem crescer isolados uns dos outros (Ef 4.15,16).
II. Amai-vos cordialmente uns aos outros (Rm 12.20; 13.8)
a) A comunhão exige o amor. Amor que vai além de palavra, além de emoção, amor que se historifica, que se sacrifica, que se envolve, amor que é prático. Amor que constrói pontes em vez de construir muros.
b) “Filostorgoi” é amar-nos uns aos outros como amamos os irmãos de sangue, com afeto profundo, de todo o coração. Este amor é a causa da comunhão e resultado da vida eterna (1Jo 3.14).
III. Preferindo-vos em honra uns aos outros (Rm 12.10)
Preferir em honra é não olhar o irmão com discriminação, com recriminação, com eliminação. É não se julgar mais importante que o outro. É não ver o outro com lentes de diminuição e a nós mesmos com lentes de aumento. Nossa alegria deve ser ver o outro feliz. A palavra PREFERINDO significa “indo à frente como guia”. Que cada um de nós procure liderar o caminho no terreno das emoções honrosas, sendo alavanca e bálsamo na vida do irmão.
IV. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros (Rm 12.16; 15.5)
Nada de nutrir inveja, ressentimento, ódio. Nada de espaço para o azedume sentimental. Somos uma só família, um só rebanho, um só corpo. Temos um mesmo Pai, um mesmo salvador, um mesmo consolador. Temos uma só fé, um só Senhor, uma só esperança. Temos os mesmos propósitos, a mesma missão e vamos morar juntos no mesmo céu.
V. Não nos julguemos mais uns aos outros (Rm 14.13)
Não somos constituídos juízes dos nossos irmãos. Nossa tarefa não é julgar, mas amar. Paulo nos exorta do perigo do julgamento (Rm 2.1-3). Cristo nos chama a atenção sobre os riscos do julgamento (Mt 7.1-5). Que coisa triste é vermos a igreja se tornando uma comunidade de julgamento, de comentários maldosos, de discriminações descaridosas. Vamos deixar de apontar o dedo, de tentar culpar no outro o erro que deveríamos punir em nós mesmos.
VI. Seguimos as coisas da paz e também as da edificação (Rm 14.19)
a) Paz – Num mundo de conflito, de relações partidas, de nações em guerra, de lares divididos, a igreja deve ser a promotora da paz. Ela deve promover a paz. Seus filhos são pacificadores.
b) Edificação – Meu projeto de vida é buscar o crescimento espiritual do meu irmão. É edificá-lo. É levá-lo à maturidade. Em vez de pedra de tropeço devo ser uma alavanca.
VII. Acolhei-vos uns aos outros (Rm 15.7)
Uma das nossas maiores necessidades é de ACEITAÇÃO. As pessoas têm necessidades vitais de serem amadas. A igreja não é um clube, é uma família. A igreja deve ser a comunidade da aceitação. Deve receber os inaceitáveis, amar os rejeitados. Cristo comeu com os pecadores, restaurou a vida das prostitutas, perdoou os ladrões. Deus nos acolheu quando estávamos sujos, entregues ao nosso pecado; Ele nos amou, nos perdoou, nos transformou e nos aceitou. Assim, devemos fazer.
Pr. Hernandes Dias Lopes