Texto base: Mateus 13. 44
Certa vez, um rabino polonês chamado Eisik, teve um sonho que o mandava ir à Praga. De baixo de uma ponte, que levava ao palácio real, encontraria um tesouro escondido. Em Praga, deparou-se com a ponte guardada dia e noite por sentinelas. O capitão dos guardas perguntou-lhe o que fazia ali. Com toda a simplicidade o rabino relatou o sonho recorrente. O oficial reagiu com gargalhadas. Ele de nenhuma forma acreditava em sonhos – ouvira certa vez uma voz durante a noite dizendo-lhe que fosse à Polônia procurar um tesouro escondido na casa de um rabino cujo nome era Eisik. O tesouro encontrava-se em um canto poeirento, enterrado por detrás do fogão, mas ele jamais acreditaria nisso. O rabino Eisik se despediu do capitão e regressou para casa – ao chegar, mais do que depressa, escavou por detrás do fogão, e ali encontrou o tesouro que pôs fim a sua miséria.
Jesus ensinava por meio de parábolas. Ele contava situações do cotidiano para ilustrar e ensinar lições valiosas. Podemos entender a história contada, mas nem sempre compreender facilmente seu significado sobre os valores eternos e divinos. Somente o Espírito Santo pode tirar as escamas de nossos olhos espirituais para recebermos as verdades do reino de Deus. Só assim, a lição de uma parábola se torna relevante. Como Jesus disse aos seus discípulos: “A vós outros vos é dado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se ensina por meio de parábolas” (Mc 4.11).
Mateus nos apresenta uma série de sete parábolas de Jesus, sendo que as últimas cinco são curtas e diretas no assunto e em sua aplicação. A parábola lida (lida hoje ou que abordamos hoje) só está descrita no evangelho de Mateus, e tem como ponto principal a resposta da frase: “O reino dos céus é semelhante a…”.
As crianças tinham essa mania de brincar procurando tesouros perdidos em casas velhas, celeiros, praias. Em nossa mente isso parece meio surreal, e nos esquecemos que de tempos em tempos algo assim acontece: um pastor encontrou, perto do Mar Morto, rolos de pergaminho de dois mil anos de existência; um mergulhador localizou, afundado na costa da Flórida, um navio espanhol do século 17, cheio de ouro e prata.
Um tesouro havia sido enterrado no campo. Não podemos responder quem o enterrara e por quanto tempo estivera ali. Na antiga Palestina, um país frequentemente em guerra, as pessoas achavam mais seguro guardar seu tesouro no campo do que em casa. Porém, se o proprietário morresse na guerra, seu segredo iria junto com ele.
Um homem trabalhando no campo encontrou esse tesouro valioso e ficou maravilhado, ao ponto de escondê-lo novamente, vender todas as suas posses e comprar todo o campo, e dessa forma o tesouro também seria seu.
Até aqui o reino dos céus foi comparado com coisas pequenas, porque certamente ele começou de forma pequena e humilde, mas agora Jesus compara o Reino com algo valioso e de grande vantagem para aqueles que o recebem.
O reino dos céus é comparado a um tesouro escondido, que pode ser nosso, se o quisermos.
- Jesus Cristo é o verdadeiro tesouro.
Em Cristo há abundância de tudo que é rico, precioso e útil para a vida. Somente Nele experimentaremos a plenitude de vida (Cl 1.19; Jo 1.16). Essa plenitude representa tesouros de sabedoria, conhecimento (Cl 2.3), justiça, graça e paz.
Precisamos buscar nessa Fonte, cavar essa mina, cujas pedras preciosas e os mais ricos tesouros só poderão ser revelados através da oração, leitura da Palavra e meditação. Cristo é o verdadeiro tesouro que nos aproxima de Deus. Cristo é o Deus que se fez homem para nascer, viver entre nós, morrer e ressuscitar ao terceiro dia e nos garantir a vida eterna.
- O Evangelho é o campo onde o tesouro está escondido.
No Antigo e no Novo Testamento temos a revelação desse Tesouro: Jesus Cristo. Nas Escrituras Sagradas vemos esse Tesouro como o “leite materno”, “a medula nos ossos”, “o maná no orvalho”, “água no poço”. Esse tesouro não está escondido num jardim fechado, mas num campo aberto. A Palavra de Deus é esse campo aberto (Pv 2.1-6), onde encontramos entendimento, conhecimento e sabedoria revelada a todos que buscam.
Paulo, quando afirma aos colossenses que em Cristo habita a plenitude de Deus, ele o faz para adverti-los das filosofias e vãs sutilezas, segundo as tradições humanas que também nos assediam hoje e, portanto, precisamos da nossa única regra de fé e prática, que é a Palavra de Deus.
- A alegria toma conta de quem encontra O tesouro
Aquele homem, ao encontrar o tesouro, transborda de alegria. Cristo é a fonte de toda nossa alegria. Davi pediu ao Senhor que restaurasse nele a alegria da salvação (Sl 51.12). Podemos nos alegrar com as coisas da vida, mas essa alegria é efêmera, passageira. Em Cristo somos completos e plenos de alegria verdadeira, que não se baseia apenas nesse tempo presente, mas principalmente na eternidade que nos está reservada. “Alegre-se o coração daqueles que buscam ao Senhor” (Sl 105.3b).
- Aquele que encontra o tesouro não O troca por nada
O homem vende tudo o que tem para adquirir o campo e o tesouro encontrado. Aqueles que recebem a salvação em Cristo Jesus devem estar dispostos a abrir mão de tudo que possa separá-los do Senhor. Não cremos que podemos comprar nossa salvação, como temos visto alguns ensinos por aí. Ela nos foi dada pela Graça de Deus (Ef 2.8). Mas cremos que ao receber esse selo em nossos corações, não abrimos mão do Tesouro, Jesus Cristo. Não negociamos ou barganhamos por nada nesta vida o Tesouro que foi encontrado.
Como cantamos num hino antigo: ‘Tudo entregarei. Tudo entregarei. Sim, por Ti, Jesus Bendito. Tudo deixarei.’
Conclusão:
Jesus Cristo é o Tesouro encontrado, onde podemos achar alegria, paz, justiça, esperança e vida eterna. Através das Escrituras temos a revelação desse Tesouro, e Nelas somos edificados e cheios da plenitude de Deus. Que a alegria do Senhor seja a sua força nessa caminhada cristã, e que sua vida seja totalmente dedicada e entregue a Ele.
Pastor Ely Barbosa
Questões para edificação:
- Você já teve um encontro com esse lindo Tesouro?
- Compartilhe um pouco dessa experiência na célula.
- Se você ainda não encontrou, deseja encontra-lo? Ore com sua célula.