Quem cuidará das crianças?

Texto base: Marcos 10.13-16

Vivemos numa sociedade em que a terceirização se tornou moda. As empresas, indústrias, hospitais e escolas focam no seu principal negócio e terceirizam as demais atividades, como transporte, limpeza, logística e alimentação de funcionários. Até aí, tudo bem. Mas, e quando as famílias começam a entrar nesta onda? Aonde isso nos levará? É só observar um pouco e veremos como temos feito isso:

• Quando o bebê nasce e vai para o banho, ou precisa fazer as primeiras trocas de fralda, temos a enfermeira, que cuida de tudo;
• Para tomar sol ou passear no parquinho, temos a babá, que vai por nós;
• Ao passear no shopping, temos o espaço infantil, que diverte nossas crianças;
• Ao sairmos de férias, escolhemos hotéis com profissionais chamados de “monitores”. Eles brincam, nadam, jogam e alimentam nossos filhos;
• Para o lazer em casa, a TV oferece programas “ótimos”. O computador é uma fonte inesgotável e os games não cansam nunca;
• Para comemorar o aniversário do nosso querido filho, os buffets infantis dão conta de tudo: decoração, programação, alimentação;
• Para levar à escola, viva o transporte escolar;
• Para educar os filhos, as escolas hoje são completas! “Meu filho fica lá tempo integral!”;
• Estudar em casa? “Professores particulares resolvem essa questão com aulas de reforço”;
• Problemas emocionais? “Psicólogo! Ele vai dar um jeito!”;
• Ensino espiritual – “a igreja acaba dando um jeito… é só achar uma que atraia meu filho, de modo que eu possa assistir ao meu culto tranquilamente”;
• Células para crianças – “me arrumem um líder! Eu não posso, pois o que preciso é receber!”.

Não é impressionante? Cada item acima tem a sua importância – sem eles a vida seria muito mais difícil. Mas, quando vemos todo o conjunto, fica nítido que há algo errado acontecendo nas famílias. Se estamos terceirizando o cuidado com as crianças é porque elas não são o nosso principal negócio. Estamos ocupados demais com nossa própria vida, nosso sucesso profissional, a busca da felicidade pessoal… Com isso, não temos nem tempo, nem disposição para nossos filhos. Vivemos uma vida centrada em nós  mesmos, a ponto de se tornar comum um casal perguntar: “para quê ter filhos? Estamos tão bem só nós dois”. Imagine se nossos pais tivessem pensado assim? Nem estaríamos discutindo esse assunto…

Vocês lembram da reação indignada de Jesus quando os discípulos impediram as crianças de se chegarem a até ele (Mc 10.13-16)? Ele não ficou só chateado – a palavra usada foi indignado! Deus ama as crianças e criou uma estrutura de proteção para elas: a família. Aquele que teme ao Senhor possui uma fortaleza segura, refúgio para seus filhos (Pv 14.26). Deus quer que os pais reflitam a glória dele na família e que isso seja passado de geração em geração (Dt 4.5-9). Mas como fazemos isso? Ensinando as crianças no caminho em que devem andar (Pv 22.6). Incutindo nelas as verdades de Deus quando estivermos assentados em casa, andando pelo caminho, ao nos deitar e ao nos levantar pela manhã (Dt 6.4-9). Enfim, em todo tempo que tivermos com elas. Mas se terceirizarmos os cuidados com nossos filhos, quando conseguiremos transmitir essas verdades?

Uma profecia de Malaquias disse que haveria um tempo em que os corações dos pais se voltariam para os filhos e os corações dos filhos para seus pais (Ml 4.6). Eu creio que na IPManaus esse tempo já chegou.

Será que o seu coração precisa se voltar para o seu filho? Para que trabalhar tanto? Por que gastar as nossas vidas em coisas que são inúteis, vazias, pura vaidade? Ou, como dizia o pregador, correr atrás do vento (Ec 1.1-11; 2.1-11). Por que fazemos isso em detrimento de um tempo de qualidade com nossos filhos, com nossa família? Eles são a herança do Senhor para nós, uma recompensa que Ele nos dá! (Sl 127.3).

Eu tenho um sonho:

• Uma igreja que ame as crianças como nunca antes;
• Famílias que vivam plenamente o projeto de Deus;
• Pais assumindo a responsabilidade de sacerdotes de seus filhos;
• Pais liderando células de crianças;
• Pais ensinando e servindo às crianças aos domingos;
• Crianças das famílias da IPManaus sendo atraídas para os braços do Pai, tendo um encontro real com Deus;
• Crianças, cujos pais não andam com Deus, sendo desafiadas a se entregar ao amor do Pai e depois atraindo os seus pais para também reconhecerem a Deus.

E assim as nossas crianças serão como flechas em nossas mãos, lançadas em direção ao centro da vontade de Deus! (Sl 127.4). E a IPManaus será como um farol para as famílias, mostrando que Deus é real.

Amém?

Pr. Roberto Bottrel, com contribuição do Pr. José João Mesquita

Questões para edificação

estões para edificação:

As crianças são as pessoas mais vulneráveis e têm sofrido as maiores injustiças na vida. Elas são ingênuas, inocentes, necessitadas de carinho, proteção e de pais para orientá-las. Mas o que muitas têm experimentado?

Abusos, manipulações, violências, são usadas por traficantes, vendidas em alguns países.

1. Quem é o maior no reino dos céus? (v.1-5).
2. O que é necessário para entrar no reino dos céus? (v.3). Para quem foi dito isso?
3. Que punição sofrem os que escandalizam as crianças? (v.6).
4. Como deve ser nossa postura em relação ao pecado? (v.8-9).
5. Como temos tratado nossas crianças?

*Publicado em: Boletim da Igreja Presbiteriana de Manaus, n°945, do dia 01 de março de 2015.